sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Educação não é a salvação da economia

Diante do baixo crescimento da economia brasileira, em comparação com outros paises emergentes, como a Coreia do Sul e agora a China e a Índia, todas as responsabilidades e esperanças são depositadas na educação.
Tudo é colocado como se o povo brasileiro fosse mais educado, teriamos um crescimento maior, o que é uma ilusão.

A educação, por si só, não aumenta a demanda nacional, e se não aumenta a demanda, não adianta produzir mais ou mesmo produtos ditos de maior valor agregado, se esses não vão encontrar compradores.

O que pode se considerar é que o consumidor mais educado irá demandar produtos melhores e esses produtos melhores irão requerer trabalhadores mais educados. Formar-se-ia ai um círculo virtuoso. Que seria válido se a economia fosse fechada. Ou seja, essa demanda mais qualificada seria atendida por uma produção nacional. Na prática, esse demanda mais qualificada, ou melhor dito, mais sofisticada, vem sendo atendido por produções externas.

Pode-se estabelecer o raciocínio inverso: com o trabalhador mais educado, ele produziria com maior produtividade e com maior qualidade. E essa oferta seria comprada por um consumidor mais educado. Mais uma vez se substituiria o círculo vicioso pelo virtuoso. De novo, é preciso considerar como isso funciona, nuam economia aberta. Essa oferta mais qualificada pode não ser vendida pela oferta concorrente de outros paises.

Ou seja, não é mais possível considerar as relações entre a educação e a economia, num ambiente fechado.

sábado, 28 de abril de 2007

Dia Mundial da Educação

Hoje é o Dia Mundial da Educação
Não temos muito a comemorar, mas apenas manifestar esperanças.
As últimas pesquisas e informações sobre o ensino fundamental mostram que as melhores escolas são aquelas mais integradas com a comunidade local, independente da sua renda. A melhor delas estaria em Barra do Chapéu, em São Paulo, no Alto da Ribeira, a região mais pobre do Estado.
A realidade está ai à mostra, mas os diagnósticos continuam distorcidos, muito devido ao corporativismo.
O dia hoje é a da educação e não do educador. Esse deveria fazer uma autocrítica para avaliar até que ponto tem responsabilidade na degradação do sistema de ensino brasileiro, em função do corporativismo.
A tendência de cada grupo é ver o corporativismo dos outros, mas não reconhecer o próprio. A dos outros é indefensável. Para a própria se desenvolvem os melhores argumentos para defendê-la.
Estamos indignados diante do corporativismo da Justiça, que protege os seus. Exigimos do Poder Judiciário uma posição menos corporativa, punindo os seus membros, excluindo-os da sua corporação.
Reagimos contra o corporativismo do legislativo que defende o reajuste dos seus proventos, agora com efeito retroativo.
Os poderes legislam e agem em benefício próprio e isso nos causa revolta e indignação.
Precisamos, no entanto, não esconder as nossas maçãs podres.
Temos que avaliar, até que ponto, os "direitos adquiridos" comprometem o desempenho do sistema de ensino.

Só para lembrar: o próximo feriado é por conta do Dia do Trabalhador e não do Dia do Trabalho.

sábado, 14 de abril de 2007

As crianças da Consuelo no futuro

A profa Consuelo, uma das criadoras deste blog é professora do ensino básico, em Santos, São Paulo, com uma turma de crianças de sete anos, de uma comunidade pobre. De famílias consideradas de classe pobre, ou pelos mecadólogos como pertencentes à classe E.
São crianças que apesar da origem familiar humilde estão tendo a oportunidade de aprender e se educar. Como nascidas em 2000, nas eleições de 2018 já serão eleitores, seguindo por 2020, 2022 e eleições subsequentes.
Seus pais são eleitores, com pouca formação escolar, beneficados pelos programas sociais dos Governos.
Em 2018 e eleições subsequentes irão repetir os pais, votando nos candidatos aos quais foram gratos pelos benefícios concedidos? Irão votar por gratidão, ou estarão revoltados? Votarão na esperança.
O que a educação básica fará diferença para eles?

sexta-feira, 13 de abril de 2007

A educação no processo político

Os resultados das pesquisas de opinião mostrando um elevado nível de aprovação do Presidente Lula, deixa a população mais educada perplexa e "aniquilada".
Tem a sensação de que Lula é "teflon", em que nada de ruim pega, como o apagão aéreo e que isso decorre da falta de informação, de instrução e de educação. O que levaria a maioria da população a se satisfazer com as "esmolas" concedidas pelo Governo.
Dai, ver na educação a saída para mudar esse quadro.
Supõe-se que com um sistema de ensino mais amplo, com mais recursos, com melhor capacitação de professores, métodos e instrumentos pedagógicos modernos, a população melhor educada perceberia melhor os problemas do país, seria mais crítico em relação aos governos e aos parlamentos, e não mais elegeria os politicos fisiologistas que "envergonham a nação".
E, pela resistência social, evitariam os sucessivos escândalos.
Como essa percepção não é de hoje, mas - do meu conhecimento - tem mais de cinquenta anos, com a reação da classe média à eleição de Getúlio Vargas e ao seu governo, aparentemente essa estratégia fracassou e continuaria fracassando.
E a razão principal estaria - a meu ver - na concepção do sistema de ensino, que tem o viés idelogico, decorrente da reação acima.
O sistema de ensino - em todos os níveis - é comandado pela classe média que procura fazer dele um "processo civilizatório" para que os educandos absorvam a "visão de mundo" dela (classe média), ou seja, os valores que ela considera fundamentais, como a cidadania, a ética.
A realidade mostra, no entanto, que a população mais pobre resiste a essa "visão de mundo", porque o seu mundo é diferente, ainda que morando no mesmo país, ou no mesmo Município.

O que pretendo colocar em discussão, a partir da proposição de reflexões, é sobre o impacto da educação sobre ascensão social, econômica e política. E que Brasil teremos, ou poderemos ter, como resultado do processo educacional.

Reitero que as minhas opiniões são pessoais, da minha inteira responsabilidade, não correspondendo - necessariamente - com a das demais colaboradoras.

Colocações prévias

Preliminarmente quero agradecer à Bel, minha querida filhota virtual, a criação deste blog, que propus para ter um "cantinho" próprio para discussão das questões educacionais, que ficavam perdidas no meio de outros temas no meu blog Inteligência Estratégica [ http://cndpla.blog.uol.com.br ] .
E também à Consuelo, incansável professora, na linha de frente, com seus aluninhos, assumindo a temeridade de tentar colocar em prática proposições que tenho feito.
As minhas colocações sobre a educação, se baseiam em dois pilares: APRENDIZAGEM e MOTIVAÇÃO. Sem eles, os esforços serão ineficazes.
Foca, preferencialmente, o aluno, as pessoas que querem ou precisam aprender. Menos o processo de ensino.
E procura, ainda analisar o papel social e político da educação.

As opiniões que aqui coloco - com identificação de autoria - são pessoais e da minha inteira responsabilidade, não correspondendo - necessariamente - com a das demais colaboradoras.

quarta-feira, 11 de abril de 2007

Pesquisa vai mapear a qualidade da merenda

CLÁUDIA COLLUCCI
da Folha de S.Paulo
Uma pesquisa nacional vai mapear a qualidade da merenda nas escolas públicas brasileiras e verificar como anda o estado nutricional dos alunos. O trabalho, inédito no país, começa no próximo dia 2, custará R$ 3 milhões e será financiado pelo governo federal.A idéia é que o estudo avalie o Pnae (Programa Nacional de Alimentação Escolar), criado na década de 50, e aponte alternativas, se necessário, para adequar a merenda aos padrões recomendados hoje para reduzir as doenças ligadas à obesidade, cada vez mais freqüente entre crianças e adolescentes.
Há dois anos, uma pesquisa feita em São Paulo com 8.020 estudantes de 10 a 15 anos revelou que 16% estão na faixa de sobrepeso e 10% são obesos. O trabalho mostrou que a combinação entre a má alimentação e a pouca atividade física seria a principal causa de obesidade, que expõe crianças e adolescentes a problemas como hipertensão e diabetes tipo 2.
Nos próximos dois meses, serão entrevistados 21,6 mil estudantes do ensino fundamental de 690 municípios brasileiros. A pesquisa vai ouvir também merendeiras, professores e diretores de escolas federais, estaduais e municipais, públicas e filantrópicas.
De acordo com os organizadores do estudo, será realizada uma análise dos cardápios, da sua aceitabilidade pelos alunos e da adequação do consumo dos produtos em relação às necessidades nutricionais.
Estado nutricional
As crianças também vão passar por um diagnóstico do estado nutricional e será avaliado o aspecto da segurança alimentar --diz respeito ao controle do alimento, à infra-estrutura e às condições higiênicas do local de produção e a distribuição dos alimentos escolares."É importante avaliar o programa de alimentação escolar e se as recomendações nutricionais estão sendo cumpridas, com cardápios equilibrados em energia, proteínas, lipídios, vitaminas e sais minerais, bem como o estado nutricional desses escolares", disse a presidente da Asbran (Associação Brasileira de Nutrição), a professora Andrea Polo Galante, que vai coordenar a pesquisa.
Financiado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, o projeto envolve ações de várias instituições, como os ministérios de Ciência e Tecnologia, da Educação e da Saúde, o Consea (Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional), o Ibase (Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas) e universidades.
O Pnae é o maior e mais antigo programa de alimentação e nutrição do Brasil, mas nunca passou por uma avaliação. Seus recursos são repassados diretamente aos Estados, Distrito Federal e municípios. Em 2005, os investimentos atingiram cerca de R$ 1,3 bilhão.

Inscrições no Prouni

Inscrições para instituições de ensino superior no Prouni começam quarta
da Folha Online
Começa na quarta-feira (11) o prazo para as instituições de ensino superior aderirem ao Prouni (Programa Universidade para Todos). As instituições que pretendem oferecer bolsas do programa no segundo semestre deste ano devem fazer a adesão até 11 de maio. Mesmo aqueles que já participam do programa também precisam aderir para continuar oferecendo as bolsas.As instituições participantes podem oferecer bolsas integrais e parciais a estudantes de baixa renda em cursos de graduação e seqüenciais de formação específica. No primeiro semestre do ano, foram oferecidas 65.276 bolsas integrais e 43.366 parciais. Mais de 517 mil estudantes participaram da seleção.
Estudantes
O prazo de inscrição para os estudantes concorrerem a bolsas para o segundo semestre vai de 23 de maio a 9 de junho. A participação no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) em 2006 é obrigatória, assim como a nota mínima de 45 pontos.O estudante também precisa ter feito todo o ensino médio na rede pública ou ter sido bolsista integral em escola privada. Também é necessário comprovar renda familiar de até um salário mínimo e meio (R$ 570,00), por pessoa, para concorrer à bolsa integral; e até três salários mínimos (R$ 1.140,00) para bolsa de 50% da mensalidade.